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sábado, 25 de junho de 2011

Crônica do amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
Arnaldo Jabor

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Aprenda a gostar de você!





Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você...
Com o passar do tempo, nossas prioridades vão mudando...
A vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar.
Mas, uma coisa parece estar sempre presente. a busca pela felicidade.
Desde pequenos ficamos nos perguntando:
- Quando será que vai chegar?
E a cada nova paquera, vez ou outra, nos pegamos na dúvida:
- Será que é ele?
Como diz o meu pai:
- Nessa idade tudo é definitivo.
Pelo menos a gente achava que era.
Cada namorado era o novo homem da sua vida.
Faziam planos, escolhiam o nome dos filhos, o lugar da lua-de-mel e, de repente... plaft!
Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo criar mais expectativas a respeito do próximo.
Você percebe que cair na guerra quando se termina um namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses.
Agora, você procura melhor e começa a ser mais seletiva.
Procura um cara formado, bem resolvido, inteligente, com aquele papo que a deixa sentada no bar o resto da noite.
Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que sorria de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short, camiseta e chinelo.
A gente inventa um monte de desculpas esfarrapadas, mas continuamos com a procura incessante por uma pessoa legal, que nos complete e vice-versa.
Enquanto tivermos maquiagem e perfume, vamos à luta...
Mas, bom mesmo, é se divertir com as amigas (os), rir até doer a barriga, fazer aqueles passinhos bregas de antigamente.
Olhar para o teto, cantar bem alto aquela música que você adora.
Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquele cara (garota) que você ama (ou acha que ama), e que não quer nada com você, definitivamente não é o homem(mulher) da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...
É cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Gabaritos do 2º bimestre

sábado, 18 de junho de 2011

sábado, 11 de junho de 2011

terça-feira, 7 de junho de 2011

Nem tudo está perdido!

Agressões, insultos e outros tipos de perseguições sempre existiram no ambiente escolar. Porém, com a expansão dos meios de comunicação, especialmente a Internet, a palavra bullying passou a fazer parte do vocabulário de estudantes em todo o Brasil. Recentemente, o caso mais extremo, atribuído a esse tipo de comportamento, foi o massacre na escola de Realengo no Rio de Janeiro. Aqui mesmo em Ji-Paraná assistimos a um caso de um adolescente que cortou outro por reação a atitudes de preconceito que sofria pelas roupas que vestia. Absurdo! O que uma roupa poderia incomodar tanto outra pessoa? Diante desse cenário, um caso ocorrido em Minas Gerais e noticiado pela grande mídia me chamou a atenção. Nem tudo está perdido! Confiram o vídeo e tirem suas conclusões...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Preconceito linguístico na balada


– E aí, gato, nós vai pra sua casa ou pra minha?
– O quê?! Hahaha, ufa, você quase me pegou.
– Como assim, quase te peguei?
– Falando desse jeito aí, “nós vai”. Sabe como é, a gente acaba de se conhecer… Por meio segundo eu pensei que fosse sério.
– E se fosse sério?
– Deixa pra lá, minha linda. Lá em casa tem um prosecco na geladeira esperando a gente.
– Não, vamos com calma que agora é sério mesmo. Você está sendo submetido a um teste, atenção: e se eu fosse o tipo de mulher que fala “nós vai”, “dez real”, “os livro”, isso ia fazer diferença?
– Nossa, mas é lógico, né? Tremenda gata bem vestida, maior pinta de universitária… Aliás, você é universitária?
– Não interessa o que eu sou, estou indo pegar um táxi.
– Ei, espera aí! O que é que eu fiz de errado?
– Ah, nada. Só se revelou um porco chauvinista linguístico, como tantos que existem por aí. Uma pena, tão bonitinho…
– Você só pode estar de brincadeira! Então eu sou obrigado a dormir com uma mulher que fala “nós vai” só pra mostrar que não tenho preconceito?
– Você não é obrigado a nada, querido. Nem eu, ainda bem. Cada um faz o que quiser com a sua língua, e eu lamento que as nossas tenham se encontrado neste bar.
– Mas isso é uma completa maluquice! A gente estava no maior clima bom, não faça uma coisa dessas.
– Boa noite.
– Escuta, espera, me dá uma chance. Você quer que eu peço desculpas?
– “Que eu peça desculpas”, animal! Cadê o subjuntivo?
– Hã?
– Quer ser um elitista preconceituoso, pelo menos aprende a falar direito.

Sérgio Rodrigues

Amor é síntese

Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...

Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.

Mário Quintana